Mulheres na ativa

Mulheres na ativa

Pouco se fala sobre a rotina intensa dos mais de 250 conselheiros do Crea-SP. Eles, que representam as entidades de classe e instituições de ensino no Plenário, residem, em sua maioria, em cidades do interior de São Paulo, mas têm a missão de cumprir suas atividades no Conselho localizado na capital paulista, o que demanda um cronograma intenso de deslocamento e atribuições.

 

A rotina corrida pode ser maior para as mulheres, que se desdobram ao máximo para cumprir suas funções profissionais e pessoais, e continuam lutando por mais espaço e equidade de gênero em uma área majoritariamente masculina. Hoje, elas são 14% do corpo de conselheiros. Já entre os 16 coordenadores e adjuntos das Câmaras Especializadas, são apenas quatro: Eng. Agr. Gisele Herbst Vazquez, Eng. Agr. e Geól. Eltiza Rondino Vasques, Eng. Civ. e Eng. Seg. Trab. Maria Mercedes de Freitas e a Eng. Civ. Simone Caldato da Silva. Parte do conteúdo especial de mês das mulheres, elas compartilharam suas experiências e carreiras.

 

 

Gisele Herbst Vazquez

Coordenadora da Câmara Especializada de Agronomia (CEA), a engenheira agrônoma está no seu quarto mandato representando a Universidade Brasil, onde leciona há mais de 20 anos. Atuante na área há 38 anos, Gisele está acostumada com a correria diária, cheia de reuniões e metas a atingir, e conta o segredo para conciliar tudo isso com a vida pessoal. “Ter a compreensão e apoio da família, principalmente dos meus filhos, é a chave para tudo dar certo. Hoje eles já são adultos, mas desde pequenos sempre entenderam os meus deveres e até me ajudavam e davam opiniões”, relata, acrescentando que sempre prezou pela eficiência. “Otimizar o tempo é importante para conseguir cumprir com minhas obrigações e ter tempo para minha família, principalmente aos finais de semana”, conta.

 

Com a primeira mulher exercendo a função de presidente do Conselho em 90 anos, a engenheira aproveitou para destacar a importância dessa representação. “Creio que as mudanças no cenário profissional têm acontecido aos poucos, mas a tendência é que as mulheres ocupem ainda mais espaços no mercado, inclusive no setor tecnológico e de agronomia, onde o preconceito é ainda maior. Acredito que com a presidente Eng. Lígia Mackey à frente, teremos um Conselho mais atuante e inclusivo”, conclui.

 

Eltiza Rondino Vasques

Representando a Associação Profissional dos Geógrafos no Estado de São Paulo (APROGEO-SP), a coordenadora da Câmara Especializada de Engenharia de Agrimensura (CEEA) tem 25 anos de experiência na área ambiental, especialmente em estudos sobre os impactos e projetos de recuperação de áreas degradadas. 

 

“Além de pesquisadora, sou professora em cursos técnicos e superiores e presto serviços de consultoria, por isso, administrar minha rotina é um grande desafio. Procuro repor as atividades profissionais antes ou após as viagens de trabalho e idas ao Crea-SP, para evitar que prejudique meus alunos e clientes”, explica Eltiza, que ainda ressalta o apoio essencial de seu marido para auxiliar na conciliação de todas as atividades.

 

Simone Cristina Caldato da Silva

Coordenadora-adjunta da Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC), representa o Centro Universitário de Lins (UNILINS) localizado na cidade onde reside. Em 24 anos de dedicação a sua área profissional, Simone tem contado com o apoio do seu marido desde o início de seu relacionamento, além de suas filhas. “Minha família é minha base, sem eles nada seria possível. Procuro equilibrar ao máximo minha vida familiar com o meu trabalho, por isso faço uma agenda mensal com antecedência na qual vou atualizando semanalmente, e ciente de que podem surgir novas demandas”, diz. 

 

Para a engenheira civil, é uma grande oportunidade estar nesta posição e poder contribuir para as profissões da área tecnológica. “Foi preciso muita dedicação e determinação para estar aqui hoje. A promoção da igualdade de gênero contribui para o fortalecimento da sociedade como um todo, e representar essas mulheres na coordenação de engenharia civil é uma grande responsabilidade e possibilidade de buscar soluções para a área por meio de ideias inovadoras”, acrescenta.

 

Maria Mercedes Furegato Pedreira de Freitas

A coordenadora-adjunta da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST) e vice-presidente da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP) conta que teve o privilégio de ocupar cargos de liderança desde a sua formação. “Antigamente, não era comum, por isso reconheço a grande oportunidade que tive e tenho até hoje”, diz. 

 

Para efetuar suas atribuições no Conselho, na AEAARP e como consultora, a engenheira civil e de segurança do trabalho conta que, por morar no interior, já está acostumada a viajar constantemente. “É um grande desafio conciliar o tempo livre com tantos deslocamentos, mas depois de mais de 30 atuando, estou em uma fase em que diminuí o ritmo de trabalho para passar mais tempo com minha família. Hoje também tenho como rotina ir à academia e fazer caminhadas com o meu marido”, enfatiza.


ACESSE 

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