(Des)valorização profissional: os lados opostos de uma mesma moeda

De um lado, o “avanço” da Boeing sobre os engenheiros da Embraer e de outras empresas do polo aeroespacial do Vale do Paraíba, no que já vem sendo interpretado como ameaça à soberania nacional. Do outro, engenheiros aprovados em concurso desistindo da carreira pública devido ao não cumprimento do salário mínimo profissional.

Fatos recentes que evidenciam cenários opostos da valorização profissional. Enquanto em uma ponta a contratação da multinacional americana ressalta o talento de engenheiros de nível sênior, reconhecidos como a elite da engenharia aeroespacial do Brasil, na outra, metade dos engenheiros aprovados no concurso da Secretaria de Obras Públicas do Rio Grande do Sul desistem do cargo devido à remuneração inferior ao piso determinado pela Lei Federal 4.950-A/1966.

Este último exemplo não vem do estado de São Paulo, mas nem por isso pode ser ignorado. As ameaças são constantes e os casos acontecem por todo o país, daí a necessidade de se manter alerta. “Estamos vigilantes e cobrando dos gestores públicos que cumpram com a Lei Federal e atendam o pleito da nossa classe que é a remuneração adequada”, ressalta o presidente do Crea-SP, Engenheiro Vinicius Marchese.

Nos últimos meses, o Conselho intensificou sua atuação à frente da valorização profissional com ações concretas que repercutiram a favor da categoria, com especial atenção à garantia da aplicação do salário mínimo profissional. Da paralisação de concursos públicos em Franca e Capivari para retificação dos editais e adequação de salários; passando pelo reforço ao posicionamento do Confea contra a resolução do Conselho Federal dos Técnicos que prevê a execução de obras sem limite de área a esses profissionais de nível técnico; a defesa do cumprimento do salário mínimo profissional na administração pública de Guarulhos; à manifestação contra a tramitação do Projeto de Lei nº 3081/2022, que propõe a desregulamentação de profissões como a de Engenharia.

“Esses profissionais têm em mãos uma grande responsabilidade e a regulamentação das nossas profissões é uma garantia à segurança da sociedade e um reconhecimento ao esforço na busca pelo conhecimento técnico e capacitação da área tecnológica”, conclui o presidente do Conselho paulista.



ACESSE AQUI

Compartilhe: